sábado, março 21, 2009

Saiba Mais - Filosofia Hare Krsna

Dasavataras - Dez Avatares de Krishna Em sânscrito, dasa significa dez, e avatara significa, literalmente aquele que cruza para baixo, ou seja, aquele desce – que descende ao mundo. Os dez principais avataras (ou encarnações) de Krishna são coletivamente conhecidos como os Dasavataras. O termo “encarnação” engana um pouco, pois literalmente significa aquele que assume a “carne”, o que não é o caso dos avataras de Deus – que vêm ao mundo material em Sua forma original, 100% transcendental. No Bhagavad-gita (4.8), Krishna explica as razões para Sua vinda a esse mundo: “Para libertar os piedosos e aniquilar os descrentes, bem como para restabelecer os princípios da religião, Eu mesmo venho, milênio após milênio.”
Os Dasavataras são:
Matsya—a encarnação do Senhor Visnhu na forma de um grande peixe. Ele aparece no final da era de Vaivasvata Manu, que ocorreu no final de um dia do Senhor Brahma. (Um dia do Senhor Brahma tem 14 eras de Manu, cada qual com aproximadamente 71 kalpas. Cada kalpa tem 4 Yugas (eras) distintas e dura 4.32 milhões de anos). No final do dia do Senhor Brahma, existe uma inundação geral de todos os sistemas planetários. Durante essa inundação, para proteger Seus devotos, as espécies em geral, e o conhecimento Védico, o Senhor Matsya apareceu. Ele enviou um navio para Vaivasvata Manu e mandou-o amarrá-lo em Seu chifre dourado. Enquanto o guiava, o Senhor Matsya narrou o Matsya Purana, existente até hoje.

Kurma— encarnação do Senhor Vishnu na forma de uma grande tartaruga. Vendo-se sendo derrotado por seus inimigos os demônios, os semideuses pedem ajuda ao Senhor Vishnu. Para lhes ajudar, o Senhor Vishnu faz os arranjos para que possam extrair néctar do oceano de leite, com o qual se tornariam invencíveis na batalha. Para que isso possa acontecer, os semideuses e os demônios, que também queriam o néctar, juntam forças para bater o oceano de leite usando a maior montanha do universo, Meru, feita de ouro. Para sustentar a montanha o Senhor Vishnu aparece na forma do Senhor Kurma. Mais tarde os demônios são enganados por outra encarnação de Visnhu, Mohini-murti, e ficam sem o néctar, que é então dividido entre os semideuses.

Varaha— encarnação de javali de Sri Krsna. Ele assumiu a forma de um javali para erguer com Suas presas o planeta Terra, que estava afundando no oceano de Garbhodaka. O demônio Hiryanyaksa havia jogado o planeta neste oceano, mas o Senhor o apunhalou com Suas presas e salvou a Terra. (Veja o Srimad-Bhagavatam 1.3.7 e 2.7.1 e Terceiro Canto, capítulos 13, 18 e 19).

Narasimha— poderosa encarnação meio homem, meio leão de Sri Krishna. Aqui segue um resumo desse importante avatar: Hiranyaksa foi morto pela encarnação de Vishnu conhecida como Senhor Varaha. Conseqüentemente, seu irmão, Hiranyakasipu, o rei dos demônios, ficou muito determinado em se tornar o imperador do universo inteiro e se vingar da morte de seu irmão. Por causa de seu grande poder, ele executou muitas austeridades. Esta penitência foi tão severa que perturbou os semideuses. De fato, os semideuses pediram ao Senhor Brahma para pará-lo. O chefe dos semideuses, Senhor Brahma, assim descendeu para pacificá-lo concedendo-lhe uma benção de sua escolha. "Por favor conceda-me que eu nunca seja morto por nenhuma entidade viva," pediu Hiranyakasipu, "que eu não morra dentro ou fora de nenhuma residência, durante o dia ou noite, nem no chão, nem no céu; que eu não seja morto por nenhuma criação sua, nem por nenhuma arma, nem por qualquer ser humano ou animal naturalmente, que eu não conheça a morte por nenhuma entidade, sendo móvel ou imóvel; que eu não tenha rival; que eu seja o único dominador sobre todas as entidades e deidades superintendentes, e que eu adquira todos os poderes místicos." Depois de Brahma ter concedido a ele todos esses pedidos, Hiranyakasipu muito rapidamente conquistou todos os planetas do universo, e tomou a residência no palácio do Senhor Indra, o rei dos semideuses, forçando-os a se curvar diante seus pés. Ele, ainda, roubava as oblações feitas aos semideuses. Intoxicado fisicamente pelo vinho e mentalmente pelo poder, Hiranyakasipu reinou o universo muito duramente. Durante esta época, sua rainha, Kayadhu, voltou ao palácio de seu esposo e deu a ele, um filho, Prahlada. Ele era o reservatório de todas as qualidades transcendentais pois era um devoto puro do Senhor Vishnu. Determinado a entender a Verdade Absoluta, ele tinha completo controle de todos seus sentidos e mente, ele era muito bondoso com todas as entidades vivas e o melhor amigo de todos. Para respeitáveis pessoas ele se comportava justamente como um servo pacífico, para os pobres ele era como um pai, e para o restante era sempre como um simpático irmão. Sempre muito humilde, ele considerava seus professores e mestres espirituais tão bons quanto o próprio Senhor. De fato, ele era completamente livre de orgulho e que mesmo tendo nascido no meio da riqueza, beleza, e aristocracia. Hiranyakasipu queria criar seu filho como um poderoso demônio, mas Prahlada somente queria aprender sobre serviço devocional ao Senhor Vishnu. Depois de Prahlada ter freqüentado a escola por algum tempo, Hiranyakasipu o tomou em seu colo e afetuosamente pediu, "Meu querido filho, por favor me diga qual seu assunto favorito na escola." Sem medo, Prahlada disse, "Ouvir (sravanam) e cantar (kirtanam) os santos nomes, formas, qualidades, parafernália, e passatempos do Senhor Supremo; lembrando (smaranam) deles; servindo os pés de lótus do Senhor (pada-sevanam); oferecendo ao Senhor respeitosas reverências e adoração nos seus dezesseis tipos de parafernália (arcanam); oferecendo orações ao Senhor (vandanam); tornando-se Seu servo (dasyam); considerando o Senhor como o melhor amigo (sakhyam); e se rendendo a Ele (atma-nivedanam, em outras palavras, servindo-O com seu corpo, mente e palavras); estes nove processos são conhecidos como serviço devocional puro, e eu considero qualquer um que tenha se dedicado ao serviço ao Senhor Vishnu através desses nove métodos sendo a pessoa mais erudita, por ele ter adquirido conhecimento completo." Cego de ódio, Hiranyakasipu lançou Prahlada do seu colo ao chão. "Servos! Leve-o daqui e mate de uma vez!" ele gritou. Porém, Prahlada sentou em silêncio e meditou na Personalidade de Deus, e as armas dos demônios não faziam efeito nele. Vendo isto, Hiranyakasipu ficou com medo e planejou diversos modos de matar seu filho. Seus servos lançaram Prahlada por baixo dos pés de um elefante; eles o lançaram no meio de temerosas e venenosas cobras; eles o lançaram muitos feitiços; eles o atiraram de um topo de montanha; eles deram veneno a ele; eles o deixaram com fome; eles o expuseram ao rígido frio, ventanias, fogo e água; eles atiraram fortes pedras para esmagá-lo. Hiranyakasipu então mandou sua irmã Holika queimá-lo, mas ela é quem foi queimada. Mas, apesar de tudo, Prahlada estava simplesmente absorto em pensar em Vishnu, e assim ele permaneceu são e salvo. Hiranyakasipu ficou muito inquieto pensando em qual seria o próximo plano. "Você diz que há um ser superior a mim," disse Hiranyakasipu, "mas onde está Ele? Se Ele está presente em todos os lugares, então por que Ele não está presente nesta pilastra diante a você? Você acha que ele está neste pilar?" "Sim," Prahlada respondeu, "Ele está." A raiva de Hiranyakasipu crescia mais e mais. "Por falar de coisas sem sentido, eu irei cortar sua cabeça do seu corpo. Agora deixe-me ver seu mais adorável Senhor protegendo você. Eu quero vê-lO." Amaldiçoando-o cada vez mais, Hiranyakasipu tomou sua espada, saiu de seu trono, e com grande fúria golpeou primeiro no meio da pilastra. Então, do meio do pilar que ele acabara de cortar apareceu uma maravilhosa forma metade homem, metade leão nunca vista antes. A forma do Senhor era extremamente bela por causa de Seus olhos furiosos, o qual pareciam com ouro fundido; Sua juba brilhante, a qual expandia a refulgência de Sua temerosa face; Seus dentes fatais; e Sua língua afiada como navalha. Senhor Nrsimha então procedeu a batalha com Hiranyakasipu. Finalmente, Senhor Nrsimha capturou Hiranyakasipu o colocou em Seu colo, na porta de entrada de seu palácio. Ele então rasgou o demônio em pedaços com algumas de Suas muitas, muitas mãos e poderosas unhas. A boca do Senhor Nrsimha e juba se tornavam regadas com gotas de sangue, e Seus ferozes olhos, cheios de fúria, eram impossíveis de olhar. Lambendo a margem de Sua boca com Sua língua, o Supremo Senhor, O decorou Ele mesmo com uma guirlanda feita com os intestinos retirados de Hiranyakasipu. Senhor Nrsimha arrancou o coração de Hiranyakasipu e finalmente o lançou aparte e destruiu um exército dos seguidores de Hiranyakasipu. Pela Sua transcendental inteligência, Senhor Nrsimhadeva foi capaz de matar Hiranyakasipu sem contradizer nenhuma das bênçãos dadas pelo Senhor Brahma. A execução não foi nem dentro ou fora, mas na entrada; nem na terra nem no céu, mas no colo do Senhor; nem durante o dia, nem durante a noite, mas no crepúsculo; nem por homem, besta, ou semideus nem por qualquer ser criado, mas pela Personalidade de Deus; e nem por nenhuma arma, mas pelas mãos de lótus do Senhor, aliviando todo o universo das atividades demoníacas de Hiranyakasipu. Tendo sido protegido pelo Senhor, Prahlada Maharaja ofereceu muitas orações ao Senhor com a voz engasgada por amor: "Meu querido Senhor Nrsimhadeva, por favor, por essa razão, permita Sua fúria diminua, agora que meu demoníaco pai Hiranyakasipu foi morto. . . [As pessoas santas] sempre lembrarão da Sua bela e auspiciosa encarnação, para libertá-los do medo. Deste modo, meu Senhor, Você apareceu em variadas encarnações como um ser humano, um animal, um grande santo, um semideus, um peixe ou uma tartaruga, assim mantendo Sua criação em diferentes sistemas planetários e matando os princípios demoníacos." (Veja o Srimad Bhagavatam, 7º Canto, Cap. 1-10).
Vamanaencarnação do Senhor Krsna como um brahmana anão. O Senhor Vamanadeva pediu em caridade a Bali Maharaja três passos de terra. Quando o pedido foi concedido, o Senhor Vamanadeva assumiu uma forma gigantesca (Trivikrama) e com dois passos cobriu primeiro a Terra e então o universo inteiro. No terceiro passo, Bali Maharaja ficou então satisfeito de receber o pé de lótus do Senhor em sua cabeça. (Veja o Srimad-Bhagavatam 1.3.19, 2.7.17 e Oitavo Canto, capítulos 20 a 23).
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